Por Rafael Martini Perez

Em mesa virtual realizada com jornalistas, a IBM revelou que está desenvolvendo uma solução baseada em inteligência artificial (IA) capaz de prever ciberataques e possibilitar uma ação de defesa mais rápida por parte das empresas.

A companhia tem feito testes em ambientes controlados com a tecnologia para simular uma ação defensiva em resposta a indícios de um possível ataque. Há ainda muitas alucinações (respostas de IA aparentemente não justificadas por treinamento), porque a solução ainda está em fase de amadurecimento.

De acordo com Fábio Mucci, líder de software de cibersegurança da IBM Brasil, é necessário inverter a ordem dos processos com relação aos ataques cibernéticos, adotando uma estratégia de prevenção e não mais de maneira reativa, quando o ataque já foi consumado.

“No Brasil, as organizações com uso extensivo de IA e automação de segurança ajudaram a cortar os custos das violações de dados em R$ 3,41 milhões no último ano. A IA pode ajudar companhias a reduzir em 85% o tempo de resposta a incidentes e melhoram em oito vezes o tempo de resposta às invasões”, afirmou Mucci.

A empresa expôs os fatores que levam a segurança cibernética ser categorizada como uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo que a IA pode ser usada para proteger empresas, os cibercriminosos também a usam para atacá-las. Assim, cabe a elas implementar estratégias com IA como forma de acelerar a previsão, detecção e resposta a violações de dados.

Para Marcos Chaves, líder de serviços de cibersegurana da IBM Consulting, o escalonamento sem precedentes trazido pela IA exige das empresas novos modelos de segurança de dados, em uma voltagem cada vez maior, para se precaver de ataques já conhecidos, como o phishing que ocorre diariamente. “O tempo é um ponto chave na cibersegurança, com a IA é possível reduzir em 55% o tempo de triagem dos ataques cibernéticos. Nossa solução preditiva visa otimizar ainda mais todo o processo que envolve a proteção aos ciberataques”, destacou Chaves.